segunda-feira, 12 de março de 2007

Concepção Geral do Projeto



O barco foi modelado com dois compartimentos longitudinais junto aos costados com alguns septos intermediários. A antepara longitudinal que se constitui na face interna destes compartimentos é paralela ao costado, distando dele 15cm. Sua forma é exatamente igual à do costado, pelo fato do fundo não ter curvatura transversal. O topo deste compartimento será usado como banco pela tripulação quando for necessário escorar com mais eficiência e funcionará também como mesa de compressão para os momentos fletores do casco.

Duas anteparas transversais foram previstas. A primeira serve de apoio ao banco, além de servir como septo dando forma aos compartimentos longitudinais; a segunda, à frente do mastro, delimita um compartimento para guarda de objetos sob o convés de proa.

A bolina deslisante, tipo guilhotina, e o leme externo são absolutamente verticais e não têm ainda qualquer recurso para evitar danos em caso de choque com o fundo.

Imagina-se que as duas caixas longitudinais com diafragmas internos dêem ao barco uma rigidez à torção e à flexão que permitam o emprego de compensado de pequena espessura. Isso será verificado em etapa posterior. O determinante do dimensionamento não deve ser a rigidez da estrutura mas a flambagem local das folhas de compensado.

Está prevista a utilização de uma a três nervuras longitudinais no fundo do barco (a central necessariamente externa) para enrijecer o fundo pelo menos na região posterior do cockpit que é mais larga e mais carregada.

Os compartimentos laterais dão uma flutuabilidade interessante com o barco virado porque não permite que o cockpit retenha água resultando num barco provavelmente seco ao ser endireitado. Sua dimensão inviabiliza o uso como área de estocagem. Como sua função é apenas de flutuação, pode ser preenchido com material flutuante não saturável ou simplesmente com indestrutíveis garrafas pet usadas e bem fechadas.

O fundo plano, a boca larga e o baixo peso antecipam uma estabilidade confortável nos ventos mais fortes com boas possibilidades de planeio. A grande área molhada aponta para um baixo desempenho no vento fraco. Por essas razões, optou-se por uma vela quadrangular balanceada que tem as seguintes qualidades:


  • centro de gravidade mais baixo, facilitando a escora com vento forte e permitindo o uso de mastreação não estaiada e de uma área vélica maior do que a vela triangular convencional compatível com as dimensões do barco


  • maior facilidade de manobra com vento forte do que a vela triangular e desempenho similar com vento de popa e través folgado (perde na capacidade de orça)


  • conexões mais primitivas e portanto mais baratas e fáceis de se fazer com baixa tecnologia

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