terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tangerina Vai ao Mar

Depois de pronto o barco gastei longos 6 meses tentando uma vaga a preço razoável em algum clube náutico a beira mar, sem qualquer sucesso. Não tinha ideia de que fosse tão difícil isso para barco tão pequeno.

O primeiro local foi a Escola de Vela Cíntia e Lula, na Marina da Glória. Eles sublocam vagas para barcos pequenos que não interessam à administração da Marina gerenciar. Era meu local preferido, mas não havia vaga para barcos  em carreta (como o Dingue) e para ficar em pé num cabide, como o pontal do Panda é um pouco maior do que o do Laser, a Cíntia achou que ele não iria entrar na abertura entre apoios do cabide.

Em seguida, tentei o Clube Guanabara. Lá, não há vaga nem fila de espera. Se você chega no dia em que alguém está saindo, tudo bem. Do contrário, não há vaga e ninguém vai avisar quando houver.

Tentei o Forte S. João que tem uma área onde ficam alguns barcos de pequeno porte. Fui informado de que o comandante proibiu a entrada de novos barcos.  No momento só está autorizada a saída.

Depois, quase achei que fosse conseguir uma vaga no Piraquê, do qual sou sócio.  Entrei com um requerimento  atendendo a todos os trâmites e fui informado de que seria avisado quando tivesse uma resposta positiva ou negativa. Muitos e muitos meses se passaram sem notícias até que fui chamado para falar com o Diretor de Esportes Náuticos. Este diretor me informou que lá havia já mais barcos do que o pátio comportava, mas que ele iria analisar as possibilidades se eu fornecesse as dimensões do barco (comprimento, boca, pontal etc).

Estes dados, com excessão do pontal, já constavam do meu requerimento inicial. De qualquer forma, escrevi uma mensagem como solicitado informando com um desenho explicativo a dimensão que faltava. Isso, há quase 3 meses.
Desisti de esperar pela vaga.  O barco já estava decorando o jardim de minha prima Celina há tempo demais.
 

A solução foi alugar uma vaga seca na Marina da Glória. A vaga é cobrada por pé de comprimento de barco, a preço de iate de luxo, desde que a Marina foi "privatizada". Isso representa cerca de 5 vezes o que eu pagaria em outro lugar.

Fazendo um parêntesis: eu tive um Laser na Marina, quando ela foi inaugurada e era administrada pela Prefeitura. Naquele tempo, a ideia era difundir e facilitar a prática dos esportes náuticos. Havia muitas vagas, dezenas de veleiros de todos os tamanhos, principalmente Laser, que estavam em moda e ficavam guardados em vaga coberta a preço bem razoável.

Uns 12 anos depois, a Prefeitura abandonou a administração da Marina, que foi arrendada para uma empresa que vendia, alugava ou fabricava os tratores que eram usados para movimentar os barcos. Era o que se dizia na época. Tudo a ver, não?

A partir daí os preços subiram para o patamar atual, os barcos pequenos passaram a ficar ao relento porque a área usada para a sua guarda foi transformada em lojas.  O preço alto do aluguel das vagas afugentou os usuários que saíram em busca de alternativas mais viáveis. E a Marina foi desvirtuada e virou uma grande central de eventos o que Eike Batista não parece interessado em mudar. Mas isso é outra história. Fecha parêntesis.

O amigo Zezinho Murray se ofereceu para levar o Tangerina para a Marina na sua caminhonete, o que acabou acontecendo no sábado, dia 13 de novembro de 2010, 8 meses depois do final da construção.


Aqui, o poderoso Tangerina é amarrado pelo Zezinho sobre a caminhonete.



A caravana segue na escolta morro abaixo, pela Rua Alice.

 
Zezinho acelera na Praia do Flamengo, em direção à Marina.


Nesta foto se observam o mastro, de um lado do casco,  e a vela enrolando as vergas, do outro lado do casco.


Já no Aterro, o Zé tenta de todas as formas arrancar algumas folhas de árvore com o  valente Tangerina.

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