quinta-feira, 25 de março de 2010

Construção do Barco 4


Na foto seguinte, o convés e o interior do cockpit já estão resinados e os reforços em fibra nas arestas superiores já foram colocados. O barco está pronto para ser emassado por dentro.




Início do processo de emassamento interno. Massa, lixa, massa, lixa, massa, lixa...


Uma boa ideia foi usar um corante adicionado à massa, com cor diferente em cada fase.  Enxergam-se as depressões onde a massa penetra e não é removida pela espátula dando uma melhor visão do progresso desta etapa.


Observar abaixo que não houve superposição das fitas de fibra das duas arestas longitudinais do convés. O intervalo entre elas e a fresta entre a caixa da bolina e o banco foram preenchidos com massa.



Paralelamente, para descansar, foi feita a modelagem do leme e da cana do leme, com plaina manual e lixadeira orbital.



Ensaio de montagem do leme, com a cana ainda não finalizada, para ver o efeito!


Aqui está sendo colada a cana do leme laminada com folhas de compensado, da mesma forma que a bolina, o leme e a extensão da cana.



Aqui, o convés e o banco já receberam a pintura verde.  A próxima etapa é pintar o interior de laranja, tarefa das mais complicadas, especialmente na parte sob o banco e o convés de proa, pela dificuldade de acesso.


Na foto seguinte, o trabalho de pintura do interior quase terminado. O banco está protegido com plástico para evitar respingos.  Notar que não houve muita paciência no emassamento do fundo. Fica muito longe!



Primeira fase de acabamento das peças de madeira envernizada: obturação das falhas do laminado do compensado com massa epoxi.  Foi usado um corante marrom, imitando madeira, que depois de envernizado disfarçou com perfeição o reparo.



No início do processo de modelagem do remo, utilizamos uma lixadeira de fita assassina que comeu  uma boa parte da pá de um remo (clique na foto para ampliar e veja a extremidade do remo, junto à mancha branca).  O conserto envolveu um acréscimo moldado em massa epoxi, executado em diversas etapas, que consumiu mais tempo e mão de obra que o outro remo inteiro.

Nesta foto, as peças já protegidas com resina estão começando a receber verniz.

Outro detalhe desta etapa, onde se pode observar o reparo em massa já executado na pá do remo (parte inferior direita do remo da esquerda).


Detalhe do reforço em fibra no pé do mastro.  As quinas foram arredondadas para que a fibra pudesse acompanhar a curvatura.  Este tipo de reforço foi feito nas duas extremidades do mastro, para evitar fendilhamento, e no contato com o convés, como proteção contra a abrasão.  Na região de contato entre a retranca e o mastro, é possível que esta solução também seja adotada.  Será preciso usar o barco para verificar se há desgaste nesse local.



Nada como um verniz de boa qualidade para dar uma boa aparência à madeira. Vamos ver se dura.  Nos remos, o trecho entre a pá e a seção quadrada deveria ter seção circular.  Começamos cortando uma seção octogonal que seria desbastada. Ficou tão bonita que desbancou o círculo.


Como trabalho de casa, construí uma máscara para pintar um panda na vela. Este nome foi o escolhido para o barco durante o projeto (gordo e simpático).
Na fase de pintura, o Tom disse que um nome melhor ajustado seria tangerina, por causa das cores escolhidas.  Optei por considerar que o barco é da classe Panda (classe do eu sozinho) e se chama Tangerina.



As vergas de bambu tiveram suas extremidades obturadas com tacos de madeira colada com epoxi e receberam uma faixa de fibra em cada ponta para evitar rachaduras.


Uma esperança veio pousar na retranca, trazendo, eu espero,  boa sorte para essas vergas pouco convencionais de bambu.




Fase de acabamento : muito trabalho e pouco resultado.  Furações, plaquinhas coladas para evitar fendilhamento e muitas demãos de verniz.



Para o encaixe das forquetas, uma invenção do Tom.  Um tubo metálico chanfrado atravessando o convés e o bloco de apoio embutido e saindo no costado.  A forqueta é instalada com um pino passante que recebe uma trava na extremidade inferior. Não há acúmulo de água nem abertura para os compartimentos estanques.


O mesmo tubinho visto de cima, em primeiro plano. Notar a alça de escora que já foi instalada no interior do barco.


Barco praticamente pronto, saiu da varanda para tomar um sol e vestir um mastro novo.  A carreta de encalhe passou por várias modificações antes de sua forma final, que não é esta ainda.


Na falta do que fazer, aproveitei minhas novas habilidades de costureiro para fazer capas para leme e bolina. Notar o manual de instruções impresso nas próprias capas.


Enfim, esta é a carreta de encalhe definitiva. Na frente, há uma parte giratória que pode servir como suporte, mantendo o barco nivelado, ou como alça para facilitar o transporte do barco. Nesta última função, poderia receber uma alça de cabo para pendurar no ombro, o que nunca ocorreu e provavelmente jamais ocorrerá.


Na foto a seguir, uma montagem experimental onde se pode observar junto ao pé do mastro os dois conjuntos de moitão e mordedor que constituem os dois únicos ajustes "fáceis" da vela.  O de bombordo puxa a retranca para baixo, fazendo o papel de um cuningham ou burro.  O de boreste será usado para a adriça (na foto, está servindo para fixar outro cabo).


Muita coisa para mostrar aqui. Ao fundo, apontado pela proa, a carreta de encalhe. No convés de proa estão instaladas as ferragens e um cunho de madeira para atracação ou reboque.  Os remos estão em posição de uso.  O moitão-catraca está instalado no centro do banco, atrás da caixa da bolina.  Sua fixação é feita por meio de um cabo preso no suporte da alça de escora e passando por um furo feito no banco.  Assim, como barco a remo, o moitão pode ser removido, apesar de esta operação ter se revelado a mais complicada, pela dificuldade de acesso para a amarração.


A seguir está um detalhe da forqueta. Basicamente, uma alça feita com um pedaço de "linha da vida", com dois ilhoses nos extremos, por onde passa um pino de aço inox que entra no tubo embutido no convés.  Entre a alça e o convés, foi inserido um tubo que funciona como espaçador para evitar que o remo roce na borda do convés. Foi necessário usar arruelas para impedir a passagem da cabeça do pino pelo ilhós e para facilitar a rotação da alça e do tubo espaçador no pino. 


Nesta foto, o barco está aparelhado para velejar (desde que se desfaçam as cocas da escota, bem entendido).  A adriça está instalada, bem como o cuningham, o traveller e a escota.  Só falta a instalação do leme, cujas ferragens levaram 3 meses para chegar.



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