quarta-feira, 24 de março de 2010

Construção do Barco 3

 No fundo, além dos reforços com fibra nas arestas, foi feito um revestimento em toda a área com uma manta ortogonal, pensando na proteção contra o desgaste. Hoje, não teria feito isso.  A aplicação das  quilhas/patins sobre o fundo, junto com o reforço da aresta entre fundo e lateral, dão a proteção necessária para dispensar a manta. A sua utilização resultou num peso maior para o barco, especialmente pela necessidade de uso de mais massa epoxi para cobrir as irregularidades. 




O trabalho de emassamento do fundo começou pelo centro, entre as quilhas. A técnica inicialmente aplicada foi de emassar a área com excesso de massa, cobrindo todas as irregularidades.  Nos trechos externos às quilhas, a estratégia foi de cobrir apenas as irregularidades maiores da fibra e adoçar a superposição da fita e da manta.  Na foto abaixo, nota-se claramente a diferença no volume de massa aplicado em cada área.




A próxima foto mostra o fundo  numa fase bem adiantada do trabalho, praticamente pronto para receber a pintura.




Paralelamente, enquanto a massa de epoxi curava, tocavam-se outros trabalhos. Abaixo, vê-se a marcação do mastro para desbaste, com a seção reduzindo de um quadrado com lado de 7,5cm para outro, com 5cm de lado, no topo do mastro.




Aqui se vê o desbaste sendo executado com plaina manual.



No emassamento dos costados, a preocupação foi cobrir as depressões da fita de fibra e criar uma transição entre fita e compensado, evitando um degrau.  O trecho liso do compensado naval ficou praticamente sem massa.  Esta abordagem resultou em maior rapidez de execução e menor consumo de material.





Abaixo está uma foto da pá do remo, modelada com plaina manual e lixadeira elétrica.  A pá é estreita e comprida pretendendo tornar mais leve o esforço de remar.




Abaixo está o outro extremo dos remos, notando-se que ele tem uma seção quadrada pesada junto ao punho que o impede de rolar e equilibra melhor o trecho do remo que ultrapassa a forqueta.




Início da pintura externa do casco.  Os patins foram pintados mas como são peças de sacrifício, a tinta poderia ser economizada. Não vai durar.  O verdugo só foi pintado na face inferior.  O restante será verde.




O reforço em T na popa também  foi poupado para o verde.




Enquanto a tinta seca, modelagem da bolina com plaina e lixadeira orbital.




Com a bolina já esculpida, teste da folga da caixa da bolina, com o casco ainda invertido.




Com o fundo pintado, o barco deixa os cavaletes para ser virado e terminado por dentro.  Por recomendação do fabricante das Tintas Internacional, o barco foi pintado com tinta alquídica comum (Coralit) diretamente sobre a proteção da madeira com resina e do emassamento com massa epoxi.  O resultado foi que só se conseguia cobertura razoável depois de 6 a 7 demãos e a aderência entre epoxi e tinta não é das melhores.  É necessário pesquisar outra técnica.




Primeiro teste com o barco na posição normal. Os remos entram no lugar previsto para eles?  Sim!   Por pouco.




Segundo teste: confirmação do local onde serão deixados tacos para fixação das forquetas, antes do fechamento do convés lateral.




Instalação da "adega" de garrafas pet fechadas, dentro dos compartimentos laterais. Além de colaborar com a ecologia, retirando de circulação uma certa quantidade de garrafas, isso dá uma segurança extra ao barco.  Mesmo acidentado, com a quebra da estanqueidade dos compartimentos laterais, existirá uma reserva de flutuabilidade proporcionada pelas garrafas fechadas.




Um destes compartimentos foi cubado e comparado com o volume nominal das garrafas  que foi possível acomodar em seu interior.  Concluiu-se que o volume das garrafas representa cerca de 50% do volume total.  Uma alternativa cogitada foi o preenchimento do compartimento com espuma de poliuretano de célula fechada, que daria uma reserva de flutuabilidade bem maior.  O custo da espuma, no entanto, inviabilizou a ideia.



Nesta foto, que parece de fim de festa, vê-se a chapa inferior do convés de proa já colocada em posição.



A colagem da chapa superior e inferior do convés frontal foi uma das mais difíceis.  O convés tem uma ligeira curvatura e a chapa superior tem que ser  forçada a tocar na chapa inferior, previamente instalada, em toda a sua extensão.  Isso consumiu um número grande de sargentos e algumas peças de madeira apertadas transversalmente de encontro ao verdugo.




Aqui se observa a colagem do convés lateral, selando a "adega".




O casco do barco fica finalmente completo, dependendo apenas de pintura e instalação de ferragens e acessório.





Um motor de popa de 3,3hp foi ensaiado para verificar se a altura da popa estava adequado  à rabeta e para verificar possíveis interferências entre a fixação do motor e a localização das ferragens de articulação do  leme.






5 comentários:

Anônimo disse...

Tenho 40 anos e comecei agora a me interessar por marcenaria e carpintaria. Minhas atividades eram outras, no ramo das línguas. Falo inglês, francês e aprendi um pouco de russo, japonês e esperanto. O que para mim era fácil, sair de uma língua para a outra em nada se compara o mundo novo que eu encontrei na marcenaria. Como é gostoso se colocar novamente na posição de um aluno zero e aprender tudo desde o começo, step-by-step. Gostei muito do seu barco. Já estou estudando o processo de curvaturas das madeiras para tentar fazer um. Espero que eu tenha sucesso. Parabéns pelo belo trabalho.
Lucio

Anônimo disse...

Tenho 40 anos e comecei agora a me interessar por marcenaria e carpintaria. Minhas atividades eram outras, no ramo das línguas. Falo inglês, francês e aprendi um pouco de russo, japonês e esperanto. O que para mim era fácil, sair de uma língua para a outra em nada se compara o mundo novo que eu encontrei na marcenaria. Como é gostoso se colocar novamente na posição de um aluno zero e aprender tudo desde o começo, step-by-step. Gostei muito do seu barco. Já estou estudando o processo de curvaturas das madeiras para tentar fazer um. Espero que eu tenha sucesso. Parabéns pelo belo trabalho.
Lucio

Anônimo disse...

oi colega, muito legal e instrutivo seu blog, mas gostaria de saber como foi feito o molde, o gabarito onde conseguiu,e o projeto?
Moro em Natal e a ideia e criarmosuma flotilha de dingue, para estimular o esporte aqui no RN.
Meu email para nos correspodermos é mrcgilberto@yahoo.com

obrigado

Marcelo

Unknown disse...

a peça chamada bolina é fixa ou pode ser removida.

ESCORPIAO disse...

boa noite amigo sou carpinteiro naval escola de artífice da marinha do brasil. parabéns pelo arte gostei do barco agora e só pegar o peixe. valeu. abraço. email salmao7784@yahoo.com.br